Açores
O ano de 2015 anuncia-se grande para os Açores: acaba de ser declarado o destino turístico mais sustentável do mundo e no final de Março começam a receber voos de companhias low cost – a easyJet, primeiro, e logo em Abril a Ryanair, vão ligar o continente (a primeira desde Lisboa, a segunda também do Porto) a Ponta Delgada. Outras companhias dizem-se interessadas em entrar nessa rota e os Açores ficam mais perto do mundo — e, mais importante, dos portugueses, que nunca se conformaram com o custo dos voos de e para o arquipélago a meio caminho entre a Europa e os EUA. Se calhar, agora o grande desafio açoriano será preservar essa sustentabilidade que lhe mereceu a distinção, preservando o “verde” que o garantiu e que lhe vale o fascínio que exerce em quem vai ou apenas vê fotografias — o de um mundo perdido que, afinal, existe.
São Miguel continuará a ser a principal porta de entrada no arquipélago, onde cada ilha conjura a sua individualidade, nunca fugindo muito à matriz principal concedida pela natureza generosa, que a dotou de vegetação luxuriante ou vastos prados que a intervenção humana bordou de pedra, de lagos e lagoas verdes e azuis, quedas de água inesperadas. Cenários idílicos nutridos num coração vulcânico que nos dá geisers e crateras feitas espelhos de água e que sobe marcando as paisagens, bênção e maldição. E subir, subir, é mesmo o Pico, o ponto mais alto de Portugal, na ilha que Raúl Brandão considerou ser “a mais bela, a mais extraordinária” dos Açores. Mas, utilizando as suas palavras, cada uma das ilhas tem uma beleza que só a elas pertence — e são nove para descobrir, todas verdes, à sua maneira.
mais Fugas Açores
São Tomé e Príncipe
É o país das mil frutas e sete variedades de banana, do cacau e das roças, da gente sorridente e das galinhas à solta diante do palácio presidencial. É um dos países mais pobres do mundo, mas sobra-lhe felicidade no leve-leve que é o seu ritmo oficial. São Tomé e Príncipe é um paraíso, diz quem lá vai — e quem lá vive, no fundo, não obstante todas as dificuldades, não foge muito dessa ideia.
O cenário é luxuriante: duas ilhas e alguns ilhéus que ancoraram na costa ocidental africana, sobre a linha do equador — tropical é a sua natureza, literal e metafórica. Não se esperem grandes cidades — nem a capital, São Tomé, chega perto — ou acessibilidades fáceis ou mesmo grandes resorts — o turismo ainda é incipiente e percebe-se alguma aposta no crescimento sustentável com projectos de vertente ecológica mais ou menos marcada.
Esperem-se, sim, florestas virgens e praias desertas com colares de palmeiras, vales escondidos e montanhas abruptas, rios e riachos à solta, avifauna única e flora endémica às centenas — tudo sobre um verde de mil matizes (e carros calejados para enfrentar os acidentes geográficos destas paragens ou pernas bem treinadas em caminhadas húmidas).
No ilhéu das Rolas pisa-se o equador, no Príncipe perdemo-nos em floresta virgem nesta reserva da biodiversidade mundial, em São Tomé descobrimos nas roças a herança lusa e, mais uma vez, somos brindados com a generosidade são-tomense. E já falamos da alegria? A natureza é pródiga em São Tomé e Príncipe mas as pessoas também - esbanjam alegria.