Fugas - Viagens

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Hampi, a História da Índia ao vivo e a cores

Em ambas as crónicas encontramos descrições dos lugares que hoje podemos visitar em Hampi. Paes fala da rua do bazar como sendo “um lugar tão grande como uma praça de torneios, rodeada por filas de casas e lojas onde se vende tudo... e ao longo desta rua há muitas árvores que o rei mandou plantar para prover sombra a quem por ali passa”. O viajante português descreve os canais de irrigação, que levam a água a todo o lado e as sólidas muralhas da fortaleza do Palácio Real, que “cercam um lugar maior do que todo o Castelo de Lisboa”. E acrescenta que é preciso subir a várias colinas para se ver toda a cidade. “O que dali eu vi pareceu-me tão grande como Roma e muito bonito de se ver.”

Fernão Nunes refere-se tanto aos cerimoniais que envolviam o quotidiano do rei, como às realizações arquitectónicas e ao fausto real de Vijayanagar, já na fase decadente de Achyuta. “Os palácios do rei são grandes e têm grandes salas. E têm claustros como os mosteiros... Os reis de Bisnaga sempre gostaram de ter nos seus estábulos muitos cavalos, e sempre tiveram uns oitocentos ou novecentos cavalos e quatrocentos ou quinhentos elefantes, por conta dos quais, e das pessoas que deles cuidavam, mantinham grande despesa.”

Os dois portugueses não foram os únicos viajantes que fizeram referências encomiásticas ao império de Vijayanagar. Também o persa Abdur Razzak, um século antes, havia descrito e admirado a extensão do poder hindu, que não se deteve nem mesmo perante as barreiras montanhosas dos Gates, estendendo a sua soberania desde o Mar Arábico ao Golfo de Bengala e até aos confins do subcontinente, às portas do Ceilão.

Guia prático

Como ir

Hampi fica a 350 quilómetros de Bangalore, e a cerca de 500 de Goa, no interior do Estado do Karnataka. O aeroporto internacional mais próximo é o de Bangalore. A estação de caminho de ferro que serve Hampi é a de Hospet, a 15km. Para além da opção do acesso ferroviário, há ligações de autocarro a partir de Bangalore, Goa, Mysore e outras cidades do Karnataka. Convém fazer reservas com antecedência — para os comboios nocturnos pode ser necessário marcar com semanas de antecedência, embora o complexo sistema de reservas na Índia disponibilize diariamente lotes de emergency tickets. Em alternativa, há os comboios diurnos, sem marcação de lugar (e com o risco de se viajar de pé), com tarifas que podem rondar um euro para percursos de trezentos quilómetros. De Hospet para Hampi há ligações frequentes de autocarro, além das alternativas do autorickshaw e do táxi.

Quando ir

A melhor época para viajar para o Karnataka e para Hampi é entre Novembro e Fevereiro, quando as temperaturas são mais amenas. A região é planáltica, pelo que o clima neste período é temperado, com temperaturas entre 20 e 30 graus e o ar moderadamente seco.

Onde ficar

Em Hospet há algum alojamento topo de gama, mas o encanto de Vijayanagar desfruta-se inequivocamente melhor se se pernoitar em Hampi Bazaar. Há na povoação uma razoável oferta de guest houses. A Gopi (tel.: 8394241695 / 9480353260 / 9480044930, email: info@gopi-guesthouse.com / kirangopi2002@yahoo.com) é uma das que oferece melhores condições aos viajantes, incluindo um restaurante com gastronomia local no terraço. Outras opções aconselháveis são a Padma Guest House (tel.: 8394241330 / 83942241331, email: padmaguesthouse@gmail.com) e o conjunto de cabanas Mogwli (tel.: 9448217588, email: hampimogwli@hotmail.com). Na aldeia de Kamalapuram, o estatal Hotel Mayura oferece um pouco mais de conforto (tel:. 8394241474). Há também em Hampi oferta na modalidade de homestay, que pode ser identificada em vários sites de reserva hoteleira.

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