Fugas - Viagens

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    Tóquio Toru Hanai/Reuters
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    Nova Deli Adnan Abidi/Reuters
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As cidades que se recusam a dormir

- Quando passeio por Tóquio, sinto que acabo de chegar a um outro planeta, um sentimento que se exacerba quando a noite chega – muita iluminação, muito barulho, muito movimento, admite Mika Ono.

Os estabelecimentos comerciais, em plena actividade, rugem de vida, as persianas dos escritórios são fechadas e as bocas do metro engolem homens, mulheres e crianças. Alguns homens de negócios acabaram as suas reuniões tardias, vivem a uma centena de quilómetros de Tóquio e às oito da manhã já estão de novo a trabalhar — metem as suas gravatas no bolso e dormem num hotel-cápsula.

- Gosto de apreciar o contraste entre jovens divertidos, com tantas opções, seja para compras ou lazer, e homens de fato e gravata, cansados e transportando o peso de uma vida escravizada. Muitos deles acabaram de se formar, sem direito a férias no primeiro ano e permanecem até altas horas da noite fechados em escritórios. De um lado a liberdade, do outro, o oposto, ressalva ainda a tradutora.

Na capital nipónica pouco ou nada resta de antigo — durante o século XX foi destruída duas vezes, primeiro pelo grande terramoto de 1923 e, anos mais tarde, pelos bombardeamentos da II Guerra Mundial. A melhor maneira de viajar em Tóquio é de metro, complicado no início, rápido e eficaz quando se percebe a sua dinâmica de funcionamento, de preferência acompanhado de um mapa com caracteres latinos.

- O transporte é diversificado e eficiente, cada estação de metro ou de comboio tem lugares para todos os gostos. Nem Londres, nem Paris, nem Nova Iorque — nenhuma delas vive num ritmo tão frenético como Tóquio. E, ao mesmo tempo, no meio de tanta modernização, existem lugares históricos, templos budistas ou sintoístas, tão impregnados de silêncio e capazes de transmitir uma energia positiva. Tóquio, uma cidade muito segura, também vive de contrastes, entre o modernismo e o tradicional, e a convivência é perfeita, observa a japonesa. 

A despeito das destruições no século passado, ainda se encontram interessantes vestígios da deslumbrante Edo, a antiga povoação sobre a qual se ergue Tóquio. O bairro mais antigo e onde ainda se respira o espírito de tempos de antanho é o Asakusa, com as suas casas térreas, o templo Senso-ji, o mais antigo da cidade e onde acorrem os japoneses em dias festivos em busca de bons auspícios, e o de Meiji-Jingu, palco de casamentos e onde se reúnem três milhões de pessoas para rezar no dia de Ano Novo.

- Gosto de Shinjuku e da sua faceta caótica. É apenas um bairro, um bairro que não dorme, como uma cidade dentro da cidade.

Em Tóquio, ao contrário do que acontece em tantas cidades, não há um centro — a urbe é tão grande que cada bairro tem um. No bairro de Shinjuku, em cuja estação de metro se pode observar, nas horas de ponta, os funcionários a empurrarem energicamente os utentes para dentro das carruagens, de tudo se vê, jovens vítimas da moda, rostos alegres, tristes e fechados, um frémito que nunca se esgota.

Nova Deli

Preparo-me para deixar Gujarat e empreender longa viagem até Nova Deli. Pratish Zala convida-me para mais um chá.

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