Fugas - Viagens

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    Tóquio Toru Hanai/Reuters
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    Nova Deli Adnan Abidi/Reuters
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    Xangai Aly Song/Reuters
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    São Paulo Nacho Doce /Reuters
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    Cidade do México Henry Romero/Reuters
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    Cairo Amr Dalsh/Reuters
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    Istambul Murad Sezer/Reuters
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    Paris Gonzalo Fuentes/Reuters

As cidades que se recusam a dormir

Por Sousa Ribeiro

De Tóquio a Nova Deli, de Xangai a São Paulo, da Cidade do México ao Cairo, de Istambul a Paris, urbes que são verdadeiros formigueiros humanos e, ao mesmo tempo, tão capazes de produzir encantos no viajante.

Actualmente, 54% da população mundial vive em áreas urbanas, uma percentagem que, segundo o último relatório das Nações Unidas, deverá atingir os 66% em 2050, representando mais 2,5 mil milhões de pessoas nas cidades, 90% dos quais na Ásia e em África. Ainda de acordo com a organização, o maior crescimento registar-se-á em países como a Índia, a China e a Nigéria que, no total, serão responsáveis por um aumento de 37% da população urbana até meados deste século. Em 2050, as expectativas das Nações Unidas apontam para mais 404 milhões de habitantes na Índia, 292 na China e 212 na Nigéria.

O êxodo do mundo rural, acentuado nos últimos anos, motiva uma reflexão que os números exacerbam — de 740 milhões, em 1950, as zonas urbanas passaram a contar, em 2014, com 3,9 mil milhões de pessoas, 53% dos quais no continente asiático, contra 14% na Europa e 13% na América Latina e Caraíbas. Segundo as Nações Unidas, a população mundial urbana deverá ultrapassar os seis mil milhões em 2045, um incremento que terá inegável impacto em regiões em desenvolvimento, como em África. Em consequência, algumas cidades terão sérias dificuldades em corresponder a este tremendo desafio que afecta áreas como habitação, infra-estruturas, transportes, energia e emprego, bem como educação e saúde.

O relatório das Nações Unidas revela ainda que, em 1950, não existiam mais do que 10 megacidades com 10 milhões ou mais de habitantes, abrigando, em conjunto, 153 milhões de pessoas — pouco menos de 7% da população global urbana. Em 2014, contabilizavam-se 28 megacidades, contando com 453 milhões de habitantes que representam já 12% da população do planeta. Dessas quase três dezenas de urbes, 16 encontram-se na Ásia, quatro na América Latina, três na Europa e em África e duas na América do Norte. Dentro de 15 anos, as Nações Unidas estimam que o número de grandes cidades ultrapasse as 40.

Tóquio continua a ser a cidade mais populosa, com 38 milhões, seguida de Nova Deli com 25, Xangai com 23, Cidade do México, Bombaim e São Paulo com cerca de 21 milhões, Osaka com pouco mais de 20, Pequim com pouco menos de 20 e, finalmente, para completar a lista das 10 cidades com mais habitantes, a área de Nova Iorque-Newark e o Cairo, com 18,5 milhões.

A despeito de as estatísticas apontarem para um declínio da população de Tóquio, a cidade japonesa permanecerá como líder deste ranking em 2030, com 37 milhões, superando Nova Deli, que deverá contar já com 36 milhões.

Para celebrar o Dia Mundial da População, a Fugas não viaja por todas as cidades que integram o top 10 mas faz algumas incursões por outras que, por este ou por aquele motivo, se destacam, como Istambul, ponte entre o Oriente e o Ocidente, ou Paris, a urbe que eternamente desperta paixões. Em contraste com esta volta ao mundo de milhões, uma visita à Aldeia da Pena, em São Pedro do Sul, com os seus seis habitantes que vivem num silêncio apenas interrompido pelo silvo de um pássaro ou o balido de uma ovelha. 

Tóquio

Cai a noite, brilha o néon em Tóquio e uma estranha metamorfose apodera-se da cidade imensa.

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