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As cidades que se recusam a dormir

- Cresci, comecei a trabalhar em diferentes zonas e conheci então de perto a brutalidade que uma cidade grande e populosa também é capaz de oferecer, revela ainda a jovem jornalista.

Cidade de betão, asfixiada por milhões e a maior metrópole do hemisfério sul, São Paulo não tinha mais do que 580 mil habitantes na segunda década do século passado.

- São Paulo é contraditória: não importa o quanto as ruas estejam movimentadas, muito provavelmente irá sentir-se só. Uma das experiências mais dramáticas que vivi nas ruas de São Paulo foi — e ainda é — a violência policial. O que acontecia no escuro das ruas dos bairros pobres chegou às ruas do centro, descaradamente e com maior incidência desde Junho de 2013 – manifestar-se publicamente contra os governos virou crime, garante Sâmia Gabriela.

A Avenida Paulista, a sudoeste do centro, é uma artéria de arranha-céus e o distrito contíguo de Cerqueira César contém a maior concentração de bons restaurantes, cafés e discotecas — é a esta zona específica que todos se referem quando apelidam São Paulo de “Nova Iorque dos Trópicos”.

- Em São Paulo, cidade de enorme contraste social e uma das mais segregacionistas do país, condomínios de mansões beiram grandes favelas; o centro, com edifícios e os seus muros cinzas, frio e rasgado por viadutos e escadarias que acolhem milhares de moradores de rua, com os seus bares e espaços de cultura e lazer; na periferia, as trevas, o abandono, o medo da viatura policial.

A explosão demográfica atira as favelas para cada vez mais longe mas próximo da Cerqueira César encontram-se os elitistas Jardins Paulista, com a sua população classe média/alta. No centro, o triângulo formado pela Praça da Sé, o metro da Estação da Luz e a Praça da República abrigam a parte antiga de São Paulo: o Mercado Municipal, a Catedral Metropolitana, o Pátio do Colégio, onde a cidade foi fundada em 1554 e, não muito distantes, o Teatro Municipal e os edifícios Itália e Copan, este último famoso pela sua curva (um projecto de Oscar Niemeyer).

- Esta cidade inspira-me decepção e esperança; o meu peito aperta ao pensar no quanto as minhas filhas terão de ser fortes para encarar este mundão contraditório. Tão cheio de vida e morte. De luz e sombra, conclui Sâmia Gabriela.

Cidade do México

Situada a 2400 metros de altitude e assente sobre uma lagoa, a Cidade do México é uma urbe vibrante, mestiça, moderna e cosmopolita, que magnetiza com os seus contrastes sociais, a sua vida cultural e os seus costumes.

- É verdade, a Cidade do México não é propriamente um passeio no parque mas também não é o que todo o mundo pensa, uma cidade cheia de violência e crime. O verdadeiro horror é o governo e os políticos que preferem manter a população na ignorância em vez de lhe proporcionarem educação, forçando-a depois a responder às mais altas exigências, ressalva Victoria Orvañanos.

No bairro central de La Merced, os ladrões acorrem às igrejas e rezam, antes de iniciarem as suas incursões diárias, a San Judas, para que os protejam.  

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