Fugas - Viagens

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As cidades que se recusam a dormir

- Os cidadãos foram, ao longo dos tempos, vítimas do crime e de líderes do crime. Não é de agora, já assim era desde a conquista de Tenochtitlán, já que Hernán Cortés deu o pobre exemplo de classicismo e corrupção contra os menos afortunados. Desde Cortez até Peña Nieto, a cidade e todo o país sofreram com assassinatos, vandalismo, extorsão, pobreza e fome porque os nossos líderes nunca se preocuparam com a beleza da nação mas apenas com o poder e o seu próprio enriquecimento, enfatiza a jovem actriz mexicana.

Na cidade que reúne gente de todo o país, indígenas e mestiços, a luta para melhorar o nível de vida é constante, mas muitos desses homens e mulheres que chegaram carregados de esperança acabam por ingressar nas fileiras do exército de mendigos que se espalham por lugares estratégicos.

- Os inocentes estão na prisão e os corruptos em liberdade, é esta a realidade. Sofremos com a pandemia de presidentes e governantes incapazes e que se tornaram serial-killers formados em Harvard. O que ouves ou vês nas notícias sobre os nossos presidentes e traficantes é verdade mas há outras notícias que te escapam – e Victoria Orvañanos faz uma pausa.

No centro histórico, a comida está ligada à arte, a Casa de los Azulejos, decorada com murais de José Clemente Orozco, foi convertida em restaurante e abrigou, no início do século passado, no seu balcão, os guerrilheiros de Emiliano Zapata, com os seus cheiros a pólvora, a guerra e a sangue que aterrorizavam as boas famílias que ali tomavam o pequeno-almoço.

- A Cidade do México é, culturalmente, com os seus 250 museus, a cidade mais rica do mundo e a terceira na produção de peças de teatro, apenas superada por Nova Iorque e Londres. Foi cenário de filmes como James Bond, Chamas da Vingança e Romeu e Julieta, entre outros. Aqui vivem milhares de europeus que chegam em busca de arte e de um emprego decente. E sabes que mais? Encontram o que procuram e nunca mais querem partir.

Victoria Orvañanos nasceu e sempre viveu na Cidade do México, a antiga Gran Tenochtitlán, de onde, num dia de boa visibilidade, se podem perscrutar os vulcões Popocatépetl e Iztaccíhuatl — este último popularizado como a Mulher Adormecida —, nomes nascidos de lendas de príncipes apaixonados que desafiaram os seus pais inimigos.

- Foi a primeira cidade visitada pelo Papa João Paulo II — que por mais do que uma vez admitiu não ter conhecido um povo com tanta fé como o mexicano — e em qualquer lugar se encontram catedrais barrocas, cada uma com a sua história. Se ve, se siente, está presente. Haverá razões para eu ter medo de viver numa das maiores cidades do mundo? Só quando Peña Nieto se prepara para fazer mais um discurso e o mundo pensa que somos assim tão estúpidos.

Cairo

- Diz um ditado que a velhice não é uma doença — é a força e a luta pela sobrevivência, a vitória sobre todas as vicissitudes e desapontamentos, provações e enfermidades. Assim é o Cairo, define Bahaa Youssef, jornalista.

Capital soberana do Egipto desde 1952, o Cairo é também — e de forma indiscutível — a capital do mundo árabe e a urbe mais populosa do continente africano. Pergunte-se a um dos mais de 18 milhões de cairotas qual é a melhor cidade do mundo e verá que a resposta, depois de fitarem o céu, é comum a quase todos eles: Umm-i-dunia, taaban — a Mãe do Mundo, claro.

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