Fugas - Viagens

  • Cinque Terre, Itália
    Cinque Terre, Itália
  • Cinque Terre, Itália - Marina di Rio
    Cinque Terre, Itália - Marina di Rio Marina di Rio DR/PN Cinque Terre
  • Cinque Terre, Itália - Vernazza
    Cinque Terre, Itália - Vernazza Fototeca ENIT/Gino Cianci
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    Cinque Terre, Itália - Manarola Manarola DR/PN Cinque Terre
  • Ljubljana, Eslovénia
    Ljubljana, Eslovénia DR
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    Ljubljana, Eslovénia
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    Ljubljana, Eslovénia Dunja Wedam/Turismo Ljubljana
  • Jodhpur, Índia
    Jodhpur, Índia Adnan Abidi/Reuters
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    Jodhpur, Índia Adnan Abidi/Reuters
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    Jodhpur, Índia Adnan Abidi/Reuters
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    Jodhpur, Índia Adnan Abidi/Reuters
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    Jodhpur, Índia Adnan Abidi/Reuters
  • Izamal, México
    Izamal, México Jean-Pierre Lescourret
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    Izamal, México Victor Ruiz Garcia
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    Izamal, México Victor Ruiz Garcia
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    Izamal, México Victor Ruiz Garcia
  • Petra, Jordânia
    Petra, Jordânia Sousa Ribeiro
  • Petra, Jordânia
    Petra, Jordânia Chris Helgren
  • Petra, Jordânia
    Petra, Jordânia Ali Jarekji/Reuters
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    Petra, Jordânia Erik de Castro

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As cidades que falam a linguagem das cores

Dominado pelo forte desejo de conhecer o lugar, próximo do suposto túmulo de Aarão, irmão de Moisés, Burckhardt, utilizando o argumento de que pretendia sacrificar uma cabra em honra do profeta, contratou um guia local para o conduzir através do deserto, certamente ainda com mais inquietude do que aquela que acompanha os turistas ao percorrerem a garganta de mais de um quilómetro, a Bab as-Siq, que termina no majestoso Al-Khazneh.

Sem ter a certeza — e por isso escreveu que “é altamente provável que as ruínas de Wadi Musa sejam as da antiga Petra” —, Bruckhardt não dispôs de grande tempo para contemplar um conjunto arquitectónico que provoca no viajante uma impressão que nenhuma palavra é capaz de descrever; o suíço receava ser desmascarado, e reconhecido como um infiel à procura de tesouros, o que lhe poderia custar a própria vida, como custara a um tal de Seetzen, de quem ouvira falar em Malta, num relato que traçava os passos deste aventureiro que viajara do Egipto para a Arábia em busca de Petra, mas assassinado antes de poder dizer ver Petra e morrer.

Bruckhardt faleceu cinco anos depois, no Cairo, vítima de desinteria, não sem antes fazer outras redescobertas importantes no Egipto mas provavelmente com a sensação de ter visto muito pouco de Petra, a cidade onde os nabantinos, aqui estabelecidos desde o século VI a.C., enriqueceram à custa das taxas que cobravam aos mercadores com as suas caravanas carregadas de incenso, mirra e especiarias provenientes da Índia, da Somália e da Etiópia.

Os olhos do suíço apenas se pousaram em alguns túmulos e no Al-Kazneh, o Tesouro que sossega finalmente os corações desassossegados dos turistas; mas Petra é muito mais, é uma viagem demorada aos seus recantos, não apenas à fachada helenística mais fotografada, como também ao conjunto de túmulos que constitui a Rua das Fachadas, a das colunas, aos restos de fortes e igrejas, de palácios e templos, de prisões e casas trogloditas e ao admirável Al-Deir, o mosteiro rasgado nas pedras testemunhas de histórias e lendas. E Petra vai mudando, ao longo do dia, de cor, entre um vermelho desmaiado e um rosa, até reflectir, com aparente gratidão, mal o dia ameaça escoar-se, os tons crepusculares que ficam durante muito tempo gravados na memória. 

Izamal, México: O sol na terra
A jovem, com os longos cabelos negros caindo-lhe pelas costas, tarda em dar pela minha presença junto à recepção. Os olhos e todos os seus sentidos estão colados no écrã de televisão, como se desejasse entrar no pequeno aparelho que emite um som roufenho. Os mexicanos são loucos por telenovelas e poucos são aqueles que nunca viram ou nunca ouviram falar de Izamal.

Município do estado de Iucatão, contando pouco mais de 25 mil habitantes, Izamal é um dos cenários mais procurados em todo o país para as filmagens de cenas que tanto seduzem novos e velhos. Se, em Jodphur, é o céu que desce à terra, em Izamal é o sol — muros, casas, fachadas de igrejas, tudo está pintado de amarelo.

Disfrútala.

Está escrito num camião, a letras vermelhas, mas em redor domina uma única tonalidade.

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