A cidade, importante centro religioso, económico e político durante nove séculos (entre 300 a.C.e 600 d.C.), foi fundada pelos Chanes, povo maia proveniente de Bacalar mais tarde denominado povo itzá, e com eles chegou o sacerdote Zamná, depois elevado à categoria de divinidade no panteão dos maias, como Deus do universo e da criação.
Nada, neste passado, explica a opção quase generalizada pela cor amarela. Entre os residentes, há quem defenda que sempre assim foi; outros não vão mais longe do que 1993, por altura da visita do Papa João Paulo II, que receberam com tanta alegria que não resisitiram a pintar tudo à volta de amarelo, com pequenas faixas brancas, imitando as cores da bandeira do Vaticano.
Ljubljana, Eslovénia: Verde mais verde não há
Ljubljana, capital da Eslovénia, não é verde nas diferentes formas e cores da sua arquitectura mas é, este ano, sucedendo a Bristol, no Reino Unido, a Capital Verde da Europa — e não faz mal recordar que metade do território do país está coberto de florestas. Ao mesmo tempo, orgulhando-se desse estatuto, Ljubjana é também uma cidade que se destaca precisamente pela sua arquitectura. Desde logo, escutando os sons difusos do Ljubljanica, pelas suas Tronostovje, três pontes que cruzam este rio e no lugar onde em, 1842, apenas existia uma velha estrutura de pedra, assinalando, segundo a lenda, o palco onde Jasão e os Argonautas combateram com um dragão, um terrível monstro adoptado como emblema da cidade — no escudo de armas e representado por diversas figuras, verdadeiramente grotescas, a meia dúzia de passos, na ponte dos Dragões, que, reza de novo a lenda, movem a cauda sempre que uma virgem a percorre, entre as margens do Ljubljanica.
É ao longo delas, pela fragrância primaveril que se liberta e pela sedução que o rio exerce, com as suas águas sulcadas por barcos de turistas, que se gasta a maior parte do tempo quando se vagueia por Ljubljana, uma cidade com aproximadamente 280 mil habitantes e habitada por um número razoável de famosos arquitectos (como Nande Korpnik), focados na cor e não nas cores cinzentas do passado, na luz e, ao mesmo tempo, respeitando o ambiente.
Se o apelo da natureza não é, na capital, tão forte, a escassos 20 quilómetros, rodeado de pinheiros e ocupando uma área de 80 hectares que inclui um campo de golfe, o Volcji Potok Arboretum, com as suas 3500 plantas perenes e espécies de árvores de muitos pontos do globo, é um lugar que apazigua, onde dá vontade de sentar, contemplando flores de tantas cores e a natureza em todo o seu esplendor, como um retrato em miniatura do país.
Embora com concorrentes de peso, como Nijmegen, Oslo, Essen e Umeå, Ljubjlana foi eleita, em 2014, em Copenhaga, capital verde para o ano em curso, um prémio pelo trabalho desenvolvido nos últimos 10/15 anos e pela estratégia adoptada para um desenvolvimento sustentável e assente em centenas de projectos que têm em comum o facto de pretenderem melhorar a qualidade de vida dos seus residentes. Um pouco por todo o lado, são visíveis esses cuidados com a população local e o seu bem-estar — proíbe-se ou limita-se a circulação de carros em benefício do transporte público e são cada vez em maior número os espaços pedonais, as vias para as bicicletas, os jardins e os parques renovados.