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Dois repórteres numa viagem de 34.798 quilómetros

No momento em que chegámos lá acima, o Jabin estava com fome e eu continuava vegetariana. As nossas vontades juntaram-se no mosteiro de Po Lin, que serve um almoço composto por vários pratos, com vegetais, tofu e arroz. Depois, escalámos os 260 degraus até ao Grand Buda, que olhava na nossa direcção por baixo dos seus olhos semicerrados. Uma mulher pediu ao Jabin que lhe tirasse uma foto, enquanto segurava em duas folhas de papel onde estava escrito “Hong” e “Kong”. “Ando a viajar pela Ásia e Europa até ficar sem dinheiro”, disse ela. “Deve durar um ano.” A aventureira, que tinha vindo do Vietname, estava a mandar as imagens ao pai, que estava a fazer diálise e apenas poderia viajar com ela em espírito.

Ficámos acordados até tarde, deambulando por Mong Kok, um bairro de lojas que tem horários para insónias e que é iluminado como se fosse um quadro de Lite-Brite.

No Ladie’s Market, um bazar nocturno com mais de 100 bancas, andámos à procura de bugigangas que muito provavelmente terão sido fabricadas na China continental. (E acabámos por comprar a nossa lembrança no Goods of Desire, um armazém de Hong Kong: uma capa para o bule de chá, uns pauzinhos para comer, um suporte para o iPad em forma de montanha). O Jabin arriscou nas provas de comida oferecida – uma sopa de noodles com tomate picante e gelado de sabores misteriosos –, o que poderia ter resultado na estreia de uma corrida ao nosso kit de primeiros-socorros.

A nossa última refeição em Hong Kong, e de toda a nossa viagem à volta do mundo, esteve quase para não acontecer. Durante a nossa busca de dim sum, os primeiros restaurantes onde entrámos disseram que não os serviam a partir das 16h. Corremos até outro local, mesmo a tempo de pedir seis pratos.

“Vocês estão tão entusiasmados”, disse-nos um cliente do restaurante. “Parece que acabaram de entrar num restaurante de primeira-classe.”

Enquanto comíamos um pudim de manga, um dos empregados já estava a limpar o chão à nossa volta. Deslizámos até à porta.

Voltámos ao SoHo e juntámo-nos à horda de pândegos que bebia cocktails e usava bandeletes com luzes a piscar. Demos várias voltas pelos bares e subimos a um muro com vista para as cenas de bacanal. Hong Kong estava a preparar-se para um longa noite, e nós estávamos sem pressa para ir embora.

Dia 20: Casa

No Aeroporto JKF de Nova Iorque, invadiu-me uma certa liberdade logo a seguir à fila da alfândega: a liberdade de comer um hambúrguer com ingredientes frescos no Shake Shack, de beber uma Dr.Pepper Diet (nada daquela horrível Coca-Cola Lite) e engolir um copo de água com gelo (sem medo de uma gastroenterite). Nogate da American Airlines, enquanto esperávamos pelo voo para Washington, não conseguimos encontrar a banca dos hambúrgueres nem a bebida gasosa. Mas bebemos vários copos de água gelada. Bem-vindos a casa.

Exclusivo PÚBLICO/ The Washington Post

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