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Dois repórteres numa viagem de 34.798 quilómetros

Antes de começarmos a explorar Bombaim, um centro financeiro ofuscado por Bollywood, ponderámos as nossas opções: pagar pelo serviço de lavandaria do hotel (dois dólares por peça), lavar a roupa à mão na banheira (o Jabin tinha um pacote de Tide) ou acrescentar algumas peças ao nosso rigoroso guarda-roupa. Mas quaisquer novas adições poderiam pôr em risco o nosso delicado ecossistema de bagagem. (Até chegarmos à Índia tínhamos sido prudentes nas compras, comprando apenas presentes do tamanho da palma da mão ou achatados). O Jabin esfregou algumas peças, esperando que secassem nos dois dias até à nossa partida. Eu, pelo contrário, decidi ver o que passava pelas passerelles de Bombaim nesta estação.

O Sul de Bombaim fica na ponta da cidade e pode-se facilmente molhar os pés no mar Arábico para arrefecer. Muitos dos edifícios lembram bem o Raj britânico, como o arco da Porta da Índia, construída em 1924 para assinalar a visita do rei Jorge V e a rainha Maria. Multidões de turistas, de muitas partes da Índia, juntam-se à volta do monumento para tirar fotografias uns aos outros e ao lado de uma estranha ocidental (agora apareço em mais de uma dezena de fotografias de família, incluindo uma em que estou a segurar o bebé irrequieto de alguém), ou para celebrar momentos especiais como casamentos e aniversários (procurem mulheres de vermelho), ou ainda para apanhar o ferry para as grutas de Elephanta, uma antiga galeria de pedra com deuses hindus esculpidos e com vacas e macacos de verdade à solta.

Há longas filas de lojas e bancas por trás do Taj Mahal Palace, o hotel que fica do lado oposto ao arco. A caminho da Shahid Bhagat Singh Road, onde íamos comprar pulseiras, conhecemos uma mulher determinada, que usava um sari azul-marinho, e que se nomeou nossa guia de compras. Levou-nos a uma loja que tinha o tamanho de um armário, repleta de tecidos. Jabin escolheu um tecido e um modelo e ficou parado sem se mexer enquanto um assistente lhe tirava as medidas. O proprietário disse-nos para voltarmos às cinco da tarde para buscar a camisa. Até lá, vagueámos pela Colaba Causeway, comprando sapatos de Caxemira a este vendedor, um vestido de algodão com o seu próprio sistema de ventilação (mangas em borboleta) àquele e alguns conjuntos na Fabindia, uma cadeia de lojas especializada em criações artesanais.

Quando o sol se pôs, não havia dúvidas de que tínhamos roupas limpas. Nem me preocupei quando entornei biryani por cima de mim, no Bademiya, um restaurante de bairro. Tinha um saco cheio de substituições.

Antes de regressarmos ao hotel com os nossos sacos, sentámo-nos no salão de beleza e esticámos as mãos. Uma artista desenhou flores, gavinhas, trepadeiras, cornucópias e gotas no meu pulso e na minha mão. Também fez desenhos de noiva na pele do Jabin. Explicou que o mehndi é uma decoração tradicional para as futuras noivas, que as cobre das pontas dos dedos aos cotovelos e das pontas dos pés a meio da perna. A tinta à base de plantas tem também propriedades que ajudam a acalmar as pessoas que estão prestes a embarcar numa aventura stressante, como é o casamento, ou a preparação das malas para a etapa de Singapura, numa viagem à volta do mundo.

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