E a ambição de a tornar cada vez mais agradável não tem limites — em 2050 espera-se que pare de recorrer, definitivamente, à energia fóssil.
Viena
Qualidade de vida, capacidade de inovação no campo da protecção ambiental e mitigação climática — são estes os três parâmetros que mais contribuem para colocar a capital austríaca num dos lugares de destaque do ranking. Mas Viena é muito mais, é arte, é cultura, uma cidade cosmpolita, com uma população jovem, capaz de misturar como poucas, ao longo das suas margens que namoram o Danúbio, nostalgia e vanguardismo. Tudo isso, mais os seus ricos monumentos, os seus cafés que parecem viver eternamente no passado, a sua forte ligação a famosos compositores, fazem com que atraia milhões de turistas todos os anos. Romântica e contemporânea, Viena, outrora vestida com as suas cores cinzentas, traja nos dias de hoje de verde, carregando aos ombros a responsabilidade de ter sido eleita, não há muito tempo e por três vezes consecutivas, como a cidade mais agradável do mundo para viver, segundo um estudo da Mercer apoiado em critérios como a cultura, a economia, as condições ambientais e, entre outras, a qualidade da alimentação — e este ano, em que a empresa internacional de consultadoria analisou, pela primeira vez, a segurança pessoal (o Luxemburgo é líder), além de todas as outras variantes, Viena continua no primeiro lugar (Zurique surge em segundo), um galardão que já conquistou sete vezes num total de 18 relatórios (é anual) que estudam diferentes aspectos na vida de mais de 200 cidades. Mas a Mercer não é a única a reconhecer as muitas qualidades da antiga capital dos Habsburgos, também Boyd Cohen, um estratega urbano e climático americano, a coloca habitualmente nos primeiros lugares da sua tabela dedicada às cidades inteligentes (e Viena, até para surpresa do próprio, foi a vencedora em 2011). Para continuar a merecer a confiança desta e de outras empresas de consultadoria, Viena tem em marcha diferentes planos, talvez o mais importante de todos aquele que irá alterar drasticamente a imagem de Aspern, em Donaustadt, vulgarmente designado como 22.º distrito.
O projecto imobiliário, denominado Urban Lakeside Aspern, no eixo Bratislava-Viena (a menos de 30 quilómetros da capital eslovaca e a 15 do aeroporto da cidade austríaca), irá ocupar uma área de 240 hectares e terá concluída já no próximo ano a sua primeira etapa, com a construção de 8500 vivendas com capacidade para 20 mil pessoas, prevendo-se que em 2028 sejam inauguradas a nova estação ferroviária, uma nova linha de metro e espaços comerciais (admite-se a criação de 20 mil novos postos de trabalho em diferentes sectores como serviços, comércio, indústria, ciência e investigação e educação). Mas o aspecto mais relevante do projecto será a adaptação aos novos conceitos de eficiência energética, decorrendo neste momento estudos (com a colaboração da Associação Viena-Cidade Inteligente) para que a construção obedeça a critérios de mobilidade sustentável, de desenvolvimento urbano de qualidade e de optimização dos recursos energéticos.