Só em 2015, ano em que bateu todos os recordes (mais de seis milhões de visitantes), Praga registou um total de 16 milhões de dormidas, cimentando a importância da indústria do turismo na estabilidade económica do país. Apostando em fortes campanhas de marketing, Praga tem dado outros pequenos passos para atrair turistas (também checos), como o programa Prague in Motion, possibilitando a quem a visita actividades de lazer ao ar livre, como passeios a pé, de bicicleta ou percursos em canoa — ou o Prague Green Map: City for sustainable life (um guia interactivo que dedica uma especial atenção às diferentes opções de mobilidade sustentável), desenvolvido por voluntários em 2010 e contando com o apoio de uma fundação e do ministério do Ambiente. De forma gradual, Praga, apenas 29.ª no índice ambiental, investe em novos conceitos, mais ecológicos, seduzindo as pessoas e até algumas empresas, como é o caso da Nano Energies, pioneira (já em 2008) na República Checa no fornecimento de energia verde; ao mesmo tempo, a capital organiza todos os anos, em Setembro, o Sustainable Fashion Day, lançando um alerta para a necessidade de tornar a indústria da moda mais sustentável.
Munique
Se o Sul da Alemanha não deixa de ser industrializado e superpovoado, Munique, capital da Baviera, é uma cidade onde o ritmo de vida decorre de uma forma mais pausada, com uma atmosfera mais relaxante e onde um sorriso parece ser mais fácil de obter do que na maior parte das cidades germânicas. Para muitos apenas associada aos três “B”, de BMW, beer e Bayern, Munique já há alguns anos que trilha os caminhos da sustentabilidade, apontando como meta (difícil mas não impossível) de se tornar, já em 2025, numa urbe que apenas consome energia limpa, um propósito que, a concretizar-se, colocaria a cidade na liderança mundial da sustentabilidade (a meta traçada pela União Europeia para 2020 não vai além dos 20%).
Pequenos mas importantes passos estão a ser dados pela edilidade, desde logo no jardim zoológico, onde o estrume dos elefantes é aproveitado para produzir combustível sustentável — mas também através de outras iniciativas, como a que foi materializada, já há mais de três anos, pela Stadwerke München (SWM), com um projecto de uma central hídrica no rio Isar que produz energia suficiente para abastecer quatro mil casas por ano. Um número claramente deficitário para uma população que supera ligeiramente um milhão de habitantes (é a terceira cidade em termos de população, logo a seguir a Berlim e Hamburgo) mas reveladora de uma vontade que ganha expressão com outros desafios (a empresa necessita de produzir mais de sete mil milhões de quilowatts por hora para atingir o objectivo) que representam investimentos na ordem dos nove mil milhões de euros.
Desta forma, a SWM apostou também em outros projectos em diferentes lugares da Europa, como uma central térmica solar na Andaluzia, em Espanha, assim como em parques eólicos na costa do Mar do Norte, instalações a partir das quais a energia é fornecida através da rede europeia integrada. Ao mesmo tempo, as empresas, temendo o futuro e estimuladas pela possibilidade de terem custos mais baixos, são convidadas a abandonar a antiga e tradicional forma de produzir energia, optando por energias limpas.