Fugas - Viagens

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Os novos desafios das melhores amigas do mundo

Não muito longe, no centro, Viena continuará a ser a mesma cidade charmosa, atraente para os turistas, por vezes melancólica mas sempre a exacerbar a arte de bem viver.

Londres

As consequências do Brexit são imprevisíveis mas, pelo menos para já, Londres continua a ser um dos centros financeiros a nível planetário, conforme atesta a sua performance no subíndice dedicado ao lucro. Londres contraria, com efeito, a tendência de outras urbes inglesas, como Manchester, Birmingham ou Leeds, todas elas com baixos rendimentos per capita, taxas elevadas de desemprego e dificuldade para criar profissões de alta produtividade. Se é verdade que a capital do Reino Unido permanece como a mais forte entre as cidades europeias no ranking, não é menos evidente que a sua classificação entre as cidades sustentáveis reflecte um conjunto de problemas que podem colocar em causa, pelo menos a médio prazo, a sua competitividade. O seu poder económico, aliado à sua  capacidade para se impor a nível cultural, fazem de Londres uma das urbes mais desejadas, tanto por homens de negócios como por turistas, mas o 9.º lugar no indicador ambiente prova que há ainda muito para fazer nessa área, a despeito de beneficiar do facto de ter mais de três mil parques (o Hyde Park é maior do que o Mónaco) e espaços verdes — e mais verdes são os táxis pretos (mais de 20 mil e responsáveis por 20% da poluição do ar na cidade), cuja frota deverá converter-se definitivamente ao hidrogénio já em 2020.

Os problemas estendem-se à componente social (Londres ocupa um modesto 37.º lugar no ranking) e derivam de carências na área da mobilidade e da habitação, bem como da desiguldade registada em termos de rendimento (o estudo da Arcadis revela que 28% vive abaixo do limiar da pobreza) e na forte densidade populacional (espera-se que chegue aos 10 milhões de habitantes em 2030).

O poderio económico da grande metrópole pode não chegar para a manter entre os primeiros lugares das cidades sustentáveis.

Frankfurt

Quando ouvimos alguém mencionar o nome desta cidade alemã, a ideia que nos chega rapidamente ao cérebro está relacionada, na maior parte das vezes, com uma escala no aeroporto, a caminho de qualquer outro lugar do mundo. Terceiro maior da Europa, conta (em termos totais) com mais de 80 mil empregados e estabeleceu no ano passado novos recordes de passageiros (mais de 61 milhões e 217 500 num único dia, a 2 de Agosto).

Há quem lhe chame Bankfurt.

Se não for associada ao aeroporto, o mais é certo que fervilhe no cérebro outra ligação, mais materialista e resultante do facto de a capital da região de Hesse ser um centro financeiro por excelência, de produzir uma boa parte da riqueza da Alemanha, de ser a sede da mais importante bolsa de valores do país, do Bundesbank e no Banco Central Europeu (BCE), abrigando um conjunto de arranha-céus e uma atmosfera de modernidade que a todos parece satisfazer.

Prejudicada por esta visão, Frankfurt não desperta tanto interesse junto dos turistas como outras cidades germânicas mas a sua paisagem urbana futurista, assente num forte poder económico, esconde uma outra, mais conservadora, repleta de museus interessantes, que é palco da maior feira do livro do mundo e  manifesta o mais profundo respeito pela natureza. Em 1999, as autoridade baniram o uso de madeira tropical, as novas construções têm de obedecer aos novos conceitos ecológicos e o PVC também está na lista das proibições. Não satisfeita, no seu percurso para se tornar uma cidade sustentável, Frankfurt, candidata derrotada a capital verde da Europa em 2014, investiu fortemente no tratamento do lixo, no processamento e na reciclagem (diminuindo igualmente os custos com os transportes) e lançou campanhas ambientais que produziram um efeito positivo na redução do consumo de água e de electricidade. Em simultâneo, tem em curso uma campanha, denominada Frankfurt e-mobility 2025, que estimula a utilização de carros movidos a electricidade, com uma aposta também forte em infra-estruturas que permitam o carregamento e que pretende abranger, em 2025, a rede de transportes públicos, concretizando o lema travel chains.

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