Fugas - FugasEmPortugal

  • Praia da Peneda, Góis
    Praia da Peneda, Góis Bruno Simões Castanheira
  • Praia da Peneda, Góis
    Praia da Peneda, Góis Bruno Simões Castanheira
  • Bufareira no Penedo Furado, Vila de Rei
    Bufareira no Penedo Furado, Vila de Rei Bruno Simões Castanheira
  • Praia fluvial do Penedo Furado, Vila de Rei
    Praia fluvial do Penedo Furado, Vila de Rei Bruno Simões Castanheira
  • Praia fluvial do Penedo Furado, Vila de Rei
    Praia fluvial do Penedo Furado, Vila de Rei Bruno Simões Castanheira
  • Igreja em Praia de Mira
    Igreja em Praia de Mira Bruno Simões Castanheira
  • Praia de Mira
    Praia de Mira Bruno Simões Castanheira
  • Moliceiros da ria de Aveiro
    Moliceiros da ria de Aveiro Bruno Simões Castanheira
  • Aveiro, homenagem aos moliceiros
    Aveiro, homenagem aos moliceiros Bruno Simões Castanheira
  • Moliceiros da ria de Aveiro
    Moliceiros da ria de Aveiro Bruno Simões Castanheira
  • Kitesurf na ria de Aveiro
    Kitesurf na ria de Aveiro Bruno Simões Castanheira
  • Praia da Peneda, Góis
    Praia da Peneda, Góis Bruno Simões Castanheira
  • Praia da Peneda, Góis
    Praia da Peneda, Góis Bruno Simões Castanheira
  • Ribeira de Codes a caminho do Zêzere
    Ribeira de Codes a caminho do Zêzere Bruno Simões Castanheira

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Mergulhámos nas origens para voarmos pelo Verão

“Na brincadeira costumamos até dizer que nascemos na proa de um moliceiro”, acrescenta Amândio, durante uma breve pausa nas manobras de atar e desatar a vela, enquanto Domingos Marnoto, de 61 anos e o mais velho entre a equipa, dirige sabiamente o leme ao longo da ria de Aveiro. “Mas há quem tenha nascido mesmo no meio da ria”, ressalva.

Nascer na ria há uns anos não era difícil, refere o mesmo tripulante, uma vez que se passava muito tempo dentro da embarcação. “Trabalhava-se muito, sobretudo as mulheres: era de sol a sol. E havia dias que nem a casa iam. As refeições, por exemplo, eram feitas mesmo aqui”, diz-nos, enquanto aponta para o casco do moliceiro junto à portinhola que dá acesso ao castelo da proa. “Colocava-se areia, para não deixar passar o calor para a madeira, e faziam-se as brasas que grelhavam o peixe ou cozinhavam a famosa caldeirada.”

A bordo deste moliceiro, — e, confesse-se, apesar do nervoso miudinho —, nem por um segundo somos invadidos pela ideia de que a embarcação se possa virar e atirar-nos borda fora. Não que nunca tenha acontecido, mas não é caso para tanto. Sobretudo dada a experiência que se pode observar em cada traço no rosto do Marnoto pai. Inclusive quando, ainda antes da partida, a vela se solta e se atira para cara de um dos companheiros que se levantara para ajudar na árdua missão de prender a dita. A verdade é que nenhum dos tripulantes revela qualquer rasgo de nervosismo. Porém, a força do vento, aliada ao poder da corrente, impõe respeito. Por isso, os penduras deste moliceiro (também) de corrida não contestam qualquer ordem, sugestão ou recomendação.

Enquanto isso, pelos canais de Aveiro, protegidos dos ventos mais fortes, os passeios, mesmo com alguns abanões, prosseguem ao ritmo habitual. Isto é, tranquilos, numa aura de contemplação. Quanto a nós, dada a velocidade a que seguimos, pouco ou nada conseguimos reter na memória visual. Mas, em compensação, chegamos à meta com a sensação de ter colados à pele o sal da ria e o toque de pedra do vento.

Agora só “falta o mais chato”, avisa-nos Nelson. O regresso a motor, contra o sentido da corrente e contrariando o vento de Norte, é sinónimo de verdadeiras chuvadas salgadas se se permanecer sentado na proa. Bom... há uma solução: sentarmo-nos encostadinhos ao castelo da proa, deixando a água passar sobre as nossas cabeças. “É nestas alturas que se pensa como seria bom termos aquele ventinho certo das Caraíbas”, brinca Susana.


Ao sabor do vento

A ideia de que nas Caraíbas é que se está bem poderá estar certa quando se sonha com horas deitados ao sol ou com uns mergulhos numa água que nunca arrefece. Mas o certo é que quem vive neste paraíso inveja as emoções proporcionadas pela nortada. “Há uns dias esteve aqui um casal de holandeses que está a viver nas Caraíbas e que se fartou de elogiar as excelentes condições que temos para o kitesurf”, relata, cheio de orgulho, Paulo Azevedo, instrutor no Ria de Aveiro Kite Club.

Uma mão-cheia de gente dentro de água parece concordar consigo e, aproveitando a presença de câmaras fotográficas pela margem, nomeadamente a da Fugas, vai executando elaboradas coreografias. “São uns exibicionistas”, brinca Paulo, enquanto um dos praticantes se eleva pelo ar, deixando-se levar pelo kite insuflado (tanto que até houve um que fugiu...).

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