Fugas - Viagens

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    Castelo de Lanhoso Paulo Ricca
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    Castelo de Silves Paulo Ricca
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    Castelo de Silves Paulo Ricca

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Que bem que nos ficam estas torres e ameias

Para quem chega vindo de Braga, das curvas da estrada cá em baixo o primeiro vislumbre do Castelo de Lanhoso é o de um ninho de águias, indiferente nas alturas. São estas alturas (385 metros) o motivo da existência do castelo, construído numa época em que a melhor defesa era a topografia alta. E a época da edificação o motivo por que está nesta lista: Mário Barroca aponta o século X e é difícil encontrar castelos (visíveis) tão antigos no país.

Até à década de 30 e à intervenção da DGEMN, a única entrada no castelo era através de umas escadas escavadas na rocha - que havemos de descer por nossa conta e risco. Mas agora é a Rua do Horto que nos leva até lá acima, entre vestígios do castro posto a descoberto na altura em que a estrada foi rasgada. E a entrada primitiva passa despercebida no maciço rochoso, que não mais nos vai largar. Está sobretudo entranhado no espírito do local e está no solo - é o granito que trepa a esplanada até ao castelo.

Porque já estamos dentro da muralha, pontuada por uma série de torreões - sobretudo na zona a ladear a entrada primitiva - e alguns terraços de terra com mesas de piquenique. É um recinto grande onde a primeira visão que temos é do Santuário de Nossa Senhora do Pilar, construído no século XVII. A alcáçova do castelo está mesmo no fim da linha - no extremo do monólito, escondido pela igreja e é aqui que tudo se torna verdadeiramente vertiginoso. E (mais) rude, (mais) primordial.

A sua muralha não impressiona, vista assim, é necessário começar a contorná-la (até onde é possível) e vê-la em confronto com os desníveis: aí, a muralha confunde-se com os rochedos e percebemos que não é necessário mais, uma vez que seria virtualmente impossível superar esse declive - é local privilegiado para escalada e rappel.

O que vemos agora não é, inteiramente, o castelo "de" D. Teresa - desse, pré-românico, existem troços, mas a sua face foi transformada. A principal alteração foi a destruição das três torres laterais e sua substituição por uma torre de menagem central - obra de D. Dinis, que também arrasou a residência senhorial que existia no interior. Das torres primitivas (e da sapata), restam os alicerces postos a descoberto pelas obras de restauro da década de 40, que, perante as ruínas e sem perceberem a estrutura original, fecharam o castelo no ponto errado.

Mas já antes de D. Dinis, também D. Pedro, bispo de Braga, tinha feito obras de reconstrução - ainda que respeitando a estrutura pré-românica. Dessas obras há "notícia" na inscrição de uma pedra que ainda sobrevive na entrada do castelo - estreita, ladeada de duas torres quadradas.

Passamos a porta e no pátio interior deparamo-nos com uma oliveira solitária que se ergue "de" um estrado de madeira (colocado recentemente para espectáculos), observando as quatro bases dos pilares da antiga residência que ali se erguia. O espaço é exíguo, os adarves são baixos: é a torre de menagem que se destaca. Lá dentro funciona o núcleo museológico, inaugurado em 1996, com peças (ou réplicas) encontradas no castro.

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