Fugas - Viagens

  • Campo Maior. Museu do Café (Delta)
    Campo Maior. Museu do Café (Delta) Rui Soares
  • Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto
    Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto Adriano Miranda
  • Campo Maior. Fábrica de café Delta
    Campo Maior. Fábrica de café Delta Rui Soares
  • Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto
    Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto Adriano Miranda
  • Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto
    Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto Adriano Miranda
  • Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto
    Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto Adriano Miranda
  • Campo Maior. Fábrica de cáfe Delta
    Campo Maior. Fábrica de cáfe Delta Rui Soares
  • Fábrica de café Torrié. Rio Tinto
    Fábrica de café Torrié. Rio Tinto Adriano Miranda
  • Campo Maior. Fábrica de cáfe Delta
    Campo Maior. Fábrica de cáfe Delta Rui Soares
  • Fábrica de Café Torrié. Em Rio Tinto
    Fábrica de Café Torrié. Em Rio Tinto Adriano Miranda
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    Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto Adriano Miranda
  • Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto
    Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto Adriano Miranda
  • Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto. Momento da prova
    Fábrica de café Torrié. Em Rio Tinto. Momento da prova Adriano Miranda
  • Campo Maior. Escola de Baristas Grão Maior da Delta Café. Pedro Borrego. Jovem barista (3.º classficado no Campeonato Nacional de Baristas 2011)
    Campo Maior. Escola de Baristas Grão Maior da Delta Café. Pedro Borrego. Jovem barista (3.º classficado no Campeonato Nacional de Baristas 2011) Rui Soares
  • Campo Maior. Dois cafés especiais na Escola de Baristas Grão Maior da Delta Café.
    Campo Maior. Dois cafés especiais na Escola de Baristas Grão Maior da Delta Café. Rui Soares

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O que há num café?

E tudo começa com as amostras que chegam regularmente à fábrica: nas mais de quatrocentas caixas-gavetas que cobrem parte das paredes do laboratório estão mais de mil. Primeiro chegam as amostras de venda: é necessário aferir a qualidade do grão, comparar com os standards da origem, avaliar se encaixa no perfil da marca e, evidentemente, verificar preços. Depois chegam as de pré-embarque, e nova bateria de análises; quando finalmente chegam os contentores com a mercadoria repete-se tudo. "Não é desconfiança, mas o café vem, normalmente, de países económica e socialmente instáveis", afirma Alexandre.

Há várias espécies de café, mas apenas duas são comercializadas e cada uma tem a sua bolsa - o café arábica, em Nova Iorque, e o café robusta, em Londres. O arábica é o mais comercializado; o robusta o "mais adequado ao conhecimento do perfil português". Há uma explicação histórica para tal: até ao 25 de Abril era proibido importar café e era de Angola, onde o robusta domina, que vinha 99 por cento do que aqui era consumido (o restante vinha de São Tomé e Príncipe e Timor Leste). "Era extraordinário e nós [Portugal] demos um grande contributo para o seu desenvolvimento", considera Alexandre Almeida.

Em traços gerais, o arábica tem um aroma e um sabor mais persistentes, apresentando níveis de acidez e amargor equilibrados, o robusta é mais encorpado e amargo; o primeiro vem, sobretudo, da América do Sul e Central, gosta de grande altitude e clima temperado; o segundo de África, floresce em regiões húmidas e baixas. "No caso dos blends, o desafio é encontrar a melhor forma de os combinar", sublinha Alexandre, tendo em conta as diversas origens e, dentro destas, as regiões - o resultado desta mistura normalmente são cafés encorpados, de gosto intenso e definido e aroma de chocolate.

Para os varietais o importante é manter a "homogeneidade" do lote e "realçar as características da origem" e aqui trabalha-se com Colômbia, Guatemala, Nicarágua, Brasil e Angola. E depois há novos produtos, que respondem a um público "cada vez mais desperto e com ânsias de experimentar", que reivindicam um trabalho mais apurado para potenciar determinadas propriedades do café e combiná-las - por vezes, em "híbridos".

Das gavetas de amostras saem três saquinhos transparentes com grãos que são dispostos em três taças diferentes, quase como aperitivos prontos a trincar. Uma tem grãos de robusta cherry da Guatemala, a outra arábico natural do Brasil e a terceira volta à Guatemala, arábica lavado - cherry é uma subespécie; natural e lavado são termos que designam os tipos de processamento.

No natural, os grãos são separados com peneiras e os maduros, uma espécie de "cereja vermelha", são secos ao sol, para depois se remover a polpa e a semente que é o grão; no lavado, os frutos são passados por uma corrente de água, aos maduros é removida a polpa e o grão é levado para secar (há outro lavado, não natural, em que os frutos, depois de descascados, são mantidos em compartimentos na presença de microorganismos ocorrendo a fermentação da polpa - só depois desta o grãos são lavados e colocados a secar). Como a composição química do café cru é uma das condições cruciais na definição do sabor e o aroma após a torra, questões como o processamento, juntamente com o clima, a altitude e o tratamento, terão influência no café que bebemos - do mesmo modo que sucede com os vinhos.

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