Fugas - Viagens

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    Bamberg, Jardim das Rosas Adriano Miranda
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    Bamberg, Catedral Adriano Miranda
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    Catedral de Nuremberga Adriano Miranda
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    Catedral de Nuremberga Adriano Miranda
  • Nuremberga, onde Hitler realizava os seus comícios
    Nuremberga, onde Hitler realizava os seus comícios Adriano Miranda
  • Bamberg
    Bamberg Adriano Miranda
  • Nuremberga, Centro de Documentação
    Nuremberga, Centro de Documentação Adriano Miranda
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    Bamberg Adriano Miranda
  • Bayreuth, cervejaria
    Bayreuth, cervejaria Adriano Miranda
  • Bayreuth, Ópera Margrave de Bayreuth
    Bayreuth, Ópera Margrave de Bayreuth Adriano Miranda
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    Em Bamberg Adriano Miranda
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    Em Bamberg Adriano Miranda
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    Em Bamberg Adriano Miranda
  • Nuremberga, Centro de Documentação
    Nuremberga, Centro de Documentação Adriano Miranda
  • Bayreuth, Ermitage
    Bayreuth, Ermitage Adriano Miranda
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    Nuremberga Adriano Miranda
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    Nuremberga Adriano Miranda
  • Bayreuth, a casa de Wagner
    Bayreuth, a casa de Wagner Adriano Miranda
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    Bamberg, Catedral Adriano Miranda
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    Em Bamberg Adriano Miranda
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Nuremberga, bem-vindos à Francónia

Há uma sala inteiramente dedicada a Leni Riefenstahl e à filmagem de O Triunfo da Verdade. O filme foi feito ali mesmo, a poucos metros de distância. As massas de soldados de braço esticado, as bandeiras gigantescas ondulando ao vento, a consagração de Hitler como algo maior do que um simples humano — tudo o que emerge da obra da cineasta — foi filmado no Campo Zeppelin e em Luitpold, onde se realizavam as grandes marchas de apoio a Hitler.

Hoje há relva a cobrir as pedras e os alemães usam estes espaços, junto ao lago Dutzendteich, como áreas de lazer. Aliás, se o edifício que nasceu para ser o Centro de Congressos de Hitler está hoje perfeitamente preservado, por albergar o Centro de Documentação, o mesmo não se pode dizer da tribuna do Campo Zeppelin — a única estrutura de todo o plano de Speer a ser efectivamente completa.

Em 1945, os soldados norte-americanos fizeram explodir a enorme suástica que encimava o edifício. E, em 1967, foi a cidade Nuremberga a rebentar com as galerias laterais de colunas da tribuna, por razões de segurança. Hoje, o sítio ainda parece pouco seguro. Há rachas nas pedras e lixo espalhado, além de um aviso que indica que quem subir as escadas, fá-lo por sua conta e risco. “A cidade não sabe muito bem o que fazer com aquilo. Vai pondo uns remendos, um bocado de cimento de vez em quando, mas mais nada”, diz Mireille Markus.

No Centro de Documentação há uma fotografia do avião de Hitler a sobrevoar o Castelo Imperial de Nuremberga. Ele ainda lá está, situado “no único rochedo da cidade”, como a nossa guia não se cansa de repetir, numa posição privilegiada que ajudou a que, até à Segunda Guerra Mundial, “Nuremberga nunca tivesse sido conquistada”. É sempre a subir até às suas muralhas e ao conjunto de casa apaineladas, com as cores vermelho e branco, símbolo da cidade, por todo o lado. Em redor, ainda subsistem algumas das casas mais antigas do centro histórico, incluindo a casa do pintor Albrecht Dürer, que ali viveu entre 1509 e 1528 e onde é possível ver cópias de obras suas, além dos quartos mobilados à época.

Chegamos a Nuremberga com os julgamentos dos criminosos de guerra em mente, e acabamos por não ver o tribunal onde estes decorreram. Não houve tempo. Além disso, a sala 600, onde 21 dos maiores criminosos de guerra nazi foram julgados, ainda é usada como uma sala de julgamentos normal, pelo que o acesso nem sempre é garantido. Algo que poderá mudar no futuro, explica Wolfram Zilk: “No próximo ano vai ser construído um novo Palácio da Justiça, para que o tribunal actual possa ficar livre e ser completamente transformado num museu.” O projecto faz parte da intenção da cidade de candidatar Nuremberga a Património da Humanidade por ter sido ali que, pela primeira vez, foi posto em prática o conceito de julgar os responsáveis pelo destino de um povo (ou de vários povos). A visita ao tribunal terá de ficar para a próxima.

Como para a próxima terá de ficar também a experiência de colocar os pés na areia da praia artificial da cidade. Não tem espaço suficiente para se deitar ao sol, mas, durante oito semanas, pode sentar-se nos cadeirões e deixar que lhe sirvam bebidas largas. Procure-a junto ao rio.

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