Fugas - Viagens

  • Bamberg, Jardim das Rosas
    Bamberg, Jardim das Rosas Adriano Miranda
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    Bamberg, Catedral Adriano Miranda
  • Catedral de Nuremberga
    Catedral de Nuremberga Adriano Miranda
  • Catedral de Nuremberga
    Catedral de Nuremberga Adriano Miranda
  • Nuremberga, onde Hitler realizava os seus comícios
    Nuremberga, onde Hitler realizava os seus comícios Adriano Miranda
  • Bamberg
    Bamberg Adriano Miranda
  • Nuremberga, Centro de Documentação
    Nuremberga, Centro de Documentação Adriano Miranda
  • Bamberg
    Bamberg Adriano Miranda
  • Bayreuth, cervejaria
    Bayreuth, cervejaria Adriano Miranda
  • Bayreuth, Ópera Margrave de Bayreuth
    Bayreuth, Ópera Margrave de Bayreuth Adriano Miranda
  • Em Bamberg
    Em Bamberg Adriano Miranda
  • Em Bamberg
    Em Bamberg Adriano Miranda
  • Em Bamberg
    Em Bamberg Adriano Miranda
  • Nuremberga, Centro de Documentação
    Nuremberga, Centro de Documentação Adriano Miranda
  • Bayreuth, Ermitage
    Bayreuth, Ermitage Adriano Miranda
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    Nuremberga Adriano Miranda
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    Nuremberga Adriano Miranda
  • Bayreuth, a casa de Wagner
    Bayreuth, a casa de Wagner Adriano Miranda
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    Bamberg, Catedral Adriano Miranda
  • Em Bamberg
    Em Bamberg Adriano Miranda
  • Em Bamberg
    Em Bamberg Adriano Miranda

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Nuremberga, bem-vindos à Francónia

Um dia não chega para ver tudo o que Bamberg tem para oferecer. Se quiser entrar em todas as igrejas, museus e lojas de antiquários (há mais de 14 no centro) vai precisar de mais tempo. Mas, se já lhe doem as pernas e ainda não foi à zona conhecida como “Pequena Veneza”, onde viviam os pescadores nas suas casas apaineladas, pode deixar que o conduzam, através do Velho Canal, uma estreita ramificação do braço esquerdo do Regnitzam, numa gôndola. Isso mesmo, Pequena Veneza e gôndolas.

O nosso gondoleiro enverga a típica camisola às riscas dos seus colegas de Itália, mas não canta, apesar de sorrir bastante. Ao contrário dos canais de Veneza, em Bamberg o rio tem áreas com correntes fortes e o passeio não exige nada de nós além de relaxar e apreciar a paisagem, mas obriga o gondoleiro a aplicar muita força para manter o longo barco negro no rumo certo.

Mil anos de história, palácios, casas suspensas sobre o rio e até gôndolas. A cidade merece que lhe dispensem bem mais do que um dia e a história de uma visita a Bamberg pode ser contada de mil maneiras diferentes. Vamos lá tentar outra vez: Era uma vez…

[consulte o guia prático para Bamberg no final do artigo]

“Hoje, achamos que Luís II amava Wagner, como um homem ama uma mulher. Hoje podemos dizer que ele era homossexual. Mas Wagner não, Wagner era um mulherengo.” Estamos sentados à mesa de um restaurante decorado como a sala de estar confortável de alguém — “o estilo da Francónia”, revela Ingrid — e a comer comida igualmente confortável, daquela região da Baviera, com a chuva a cair lá fora, quando a nossa guia começa a contar a sua versão do que realmente importa saber sobre Wagner e a sua ligação a Bayreuth.

Não há, no seu discurso animado, nada que relembre os polémicos artigos que o compositor publicou contra os judeus e que levaram a que o seu nome ficasse, para sempre (ainda que não de forma consensual para todos os estudiosos), ligado à ascensão do anti-semitismo na Alemanha e à propagação do ideal da “raça ariana”, que são indissociáveis do III Reich, de Adolf Hitler. Não, Ingrid, morena e magra, a fazer lembrar uma bailarina espanhola, prefere falar de outro Wagner.

Aquele que despertou o interesse e adoração de um rapazinho, quando assistiu às óperas Lohengrin e Tannhäuser, apenas com 15 anos. E que, três anos depois, ao ver-se proclamado rei da Baviera após a morte do pai, chamou para junto de si, em Munique, o compositor, salvando-o, pela primeira, mas não pela última vez, das dívidas e escândalos que o perseguiam.

Para Ingrid, Luís II era “muito fantasioso”. O homem que foi apelidado de rei Louco e que foi destituído pelos seus conselheiros, sob o pretexto de uma loucura nunca provada, apenas um dia antes de morrer misteriosamente num lago tão pouco profundo que a água mal lhe chegava à cintura — e logo ele, que era um exímio nadador —, foi o eterno salvador de Wagner. “Mas sabemos que gastou com ele apenas cerca de um décimo da sua fortuna pessoal e nunca usou dinheiro do Estado”, ressalva Ingrid.

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