Também do século XIX (1877) vem o nome da Rua do Tejo, que evoca, a sul do Sena, o rio que desagua em Lisboa.
Monumento a Camões
Av. Camoens (16.º Bairro)
Rue Vasco da Gama (15.º Bairro)
Rue Magellan (8.º Bairro)
Promenade Amália Rodrigues Bd. Sérurier (19.º Bairro)
É habitual vermos ramos de flores na estátua de Camões, que se encontra no sopé da escadaria que dá acesso à avenida com o nome do poeta, bem perto do Trocadero e da Torre Eiffel. A escultura do autor de Os Lusíadas — poema que, no século XIX, conheceu em França mais de uma dezena de traduções e edições, o que faz de Camões, ainda, “o nome das Letras portuguesas mais conhecido em França, logo seguido de Pessoa”, como assinalou à Fugas o editor e tradutor Michel Chandeigne — tem já uma longa história, de resto evocada no livro Les Portugais à Paris.
A Avenida Camões, com pouco mais de uma centena de metros, foi aberta em 1904 por acção da Sociedade de Estudos Portugueses, presidida por Frédéric Mistral, um amigo da Rainha D. Amélia. Em 1912, foi nela colocado um busto em bronze a imortalizar o poeta, do escultor italiano Luigi Betti. Mas, menos de um ano depois, o busto desapareceu, ao que se crê pela iniciativa furtiva de alguém que não gostou da obra, episódio que foi então assinalado na imprensa local.
Uma nova estátua foi instalada no lugar da primeira, em 1924. Mas também esta não sobreviveu. Até que, no início da década de 1980, o cientista Ruy da Silveira promove a colocação de uma nova escultura, criada por Clara Menéres e Rui Ramos. A inauguração ocorreu a 19 de Outubro de 1987.
Esculpida em mármore rosa sobre um plinto ornamentado com dragões, a escultura mostra Camões frente a um livro aberto e uma espada, os utensílios da vida do poeta-aventureiro. A legenda identifica-o como “Poeta português, c. 1525-1580”.
Mais a sul, no 15.º Bairro, fica a comprida (450m) mas discreta Rua de Vasco da Gama, assim baptizada em 1904.
Na mesma lógica de celebrar figuras dos Descobrimentos, surge a Rua de Fernão de Magalhães, protagonista da primeira viagem de circum-navegação do Globo (1519-22). Fica no 8.º Bairro, tem uma extensão próxima dos 150 metros e foi aberta na década de 1860, desembocando na Rua de Cristóvão Colombo, no bairro dos Champs-Élysées.
No primeiro dia de Agosto de 2012, falou-se de Amália num jardim na zona leste de Paris. Com a presença do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, e do representante português na UNESCO, Manuel Maria Carrilho, foi inaugurada a Promenade Amália Rodrigues — estava-se em plena campanha de afirmação do fado, cuja candidatura a Património Imaterial de Humanidade seria lançada logo a seguir, com o apoio declarado de Paris. “Amália Rodrigues, 1920-1999. Cantora portuguesa” é a identificação da placa toponímica deste passeio, normalmente decorada com flores. É um lugar de recorte ecológico rodeado de relvados e pinheiros, que os habitantes utilizam como espaço de desporto e lazer. Em frente, fica a Igreja de Notre-Dame de Fátima, uma vizinhança que a “religiosa” Amália certamente subscreveria.