Fugas - Viagens

  • Rui Gaudêncio
  • Monumento a Camões
    Monumento a Camões Rui Gaudêncio
  • Interior do novo Centro Calouste Gulbenkian
    Interior do novo Centro Calouste Gulbenkian Rui Gaudêncio
  • Casa de Portugal André Gouveia; esta última é um projecto do arquitecto José Sommer-Ribeiro,  actualizado por uma recente intervenção de Vincent Parreira
    Casa de Portugal André Gouveia; esta última é um projecto do arquitecto José Sommer-Ribeiro, actualizado por uma recente intervenção de Vincent Parreira Rui Gaudêncio
  • O busto de Eça de Queirós, em Neuilli sur-Seine
    O busto de Eça de Queirós, em Neuilli sur-Seine Rui Gaudêncio
  • A monumental fachada art déco do Museu da História da Imigração
    A monumental fachada art déco do Museu da História da Imigração Rui Gaudêncio
  • O vereador português Hermano Sanches-Ruivo, na Câmara de Paris
    O vereador português Hermano Sanches-Ruivo, na Câmara de Paris Rui Gaudêncio
  • Librairie Portugaise & Brésilienne
    Librairie Portugaise & Brésilienne Rui Gaudêncio
  • O realizador Ruben Alves no décor principal do filme
    O realizador Ruben Alves no décor principal do filme "A Gaiola Dourada", junto ao Arco do Triunfo Rui Gaudêncio
  • Uma perspectiva da Avenue des Portugais
    Uma perspectiva da Avenue des Portugais Rui Gaudêncio
  • Comme à Lisbonne
    Comme à Lisbonne Rui Gaudêncio
  • Capa do livro que serviu de guia a esta viagem
    Capa do livro que serviu de guia a esta viagem Rui Gaudêncio

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Há muito Portugal pelas ruas de Paris

Placa a Amorim de Carvalho
52, Rue Gay-Lussac (5.º Bairro)

“Neste prédio viveu de 1969 a 1974 Amorim de Carvalho, filósofo e poeta português falecido em Paris a 15 de Abril de 1976”. Num edifício de paredes brancas que é actualmente um hotel, perto do Jardim do Luxemburgo, descobre-se, com alguma surpresa, o nome deste filósofo, que em Portugal pouco é conhecido fora dos círculos filosóficos mais estritos. Figura da direita portuguesa mais conservadora, este intelectual nascido no Porto em 1904 exilou-se em Paris em 1965, tendo aí vivido até à morte. Foi também na capital francesa que foi publicado, postumamente, em 2000, um dos seus livros mais relevantes, O Fim Histórico de Portugal.

Librairie Portugaise & Brésilienne
19/21, Rue des Fossés Saint-Jacques (5.º Bairro)

Éditions de la Différence
30, Rue Ramponeau (20.º Bairro)

A Librairie Portugaise & Brésilienne é o lugar de referência da literatura de língua portuguesa em Paris. Fundada em 1986 por Michel Chandeigne — um biólogo que no início dessa década viveu em Lisboa, onde se apaixonou pela literatura portuguesa, de quem se tornou um tradutor e editor prestigiado —, a livraria fica junto ao Panteão, em plena zona universitária da Sorbonne. Mudou recentemente de instalações, à procura de mais espaço, e a sua montra de portadas azuis é uma autêntica feira do livro de língua portuguesa, tanto no original como em traduções — mas onde se pode também comprar… rebuçados do Dr. Bayard.

“Tenho muitos clientes luso-descendentes, que maioritariamente vão ler em francês, mas há também muitos que procuram os livros em português”, diz o editor-livreiro. Chandeigne, que iniciou a sua relação com a literatura portuguesa traduzindo Eugénio de Andrade, nota que Camões e Pessoa continuam a ser os autores portugueses mais lidos em França, mesmo se o autor de O Livro do Desassossego “está agora menos na moda”. Eça, Lobo Antunes e Saramago são outros nomes de referência — mesmo se “o efeito Nobel não é assim tão significativo em França”, nota a professora Anne Lima, uma dos co-autores do livro Les Portugais à Paris. Os sucessos mais recentes em França foram registados por livros de Gonçalo M. Tavares e de João Ricardo Pedro (Prémio Leya 2011), cujo romance O Teu Rosto Será o Último (La Main de Joseph Castorp, edição Viviane Hamy) vendeu mais de quatro mil exemplares.

Ainda no domínio da literatura, merece referência a editora La Différence, fundada em 1976 por Joaquim Vital (1948-2010), um português que na década de 1960 se exilara em Bruxelas fugindo à PIDE, e no início dos anos 70 se fixou em Paris. A sua companheira Colette Lambrichs continua a actividade da editora, que tem sede numa rua estreita do “bairro chinês” de Belleville, onde Edith Piaf nasceu e começou a cantar. Num catálogo que contém já mais de uma centena de títulos portugueses de mais de três dezenas de autores, um dos mais recentes é uma reedição do clássico de Eça, 202, Champs Élysées [A Cidade e as Serras].

Lugares

Academia do Bacalhau
102, Av. Champs Elysées (8.º Bairro)

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