Fugas - Viagens

  • Rui Gaudêncio
  • Monumento a Camões
    Monumento a Camões Rui Gaudêncio
  • Interior do novo Centro Calouste Gulbenkian
    Interior do novo Centro Calouste Gulbenkian Rui Gaudêncio
  • Casa de Portugal André Gouveia; esta última é um projecto do arquitecto José Sommer-Ribeiro,  actualizado por uma recente intervenção de Vincent Parreira
    Casa de Portugal André Gouveia; esta última é um projecto do arquitecto José Sommer-Ribeiro, actualizado por uma recente intervenção de Vincent Parreira Rui Gaudêncio
  • O busto de Eça de Queirós, em Neuilli sur-Seine
    O busto de Eça de Queirós, em Neuilli sur-Seine Rui Gaudêncio
  • A monumental fachada art déco do Museu da História da Imigração
    A monumental fachada art déco do Museu da História da Imigração Rui Gaudêncio
  • O vereador português Hermano Sanches-Ruivo, na Câmara de Paris
    O vereador português Hermano Sanches-Ruivo, na Câmara de Paris Rui Gaudêncio
  • Librairie Portugaise & Brésilienne
    Librairie Portugaise & Brésilienne Rui Gaudêncio
  • O realizador Ruben Alves no décor principal do filme
    O realizador Ruben Alves no décor principal do filme "A Gaiola Dourada", junto ao Arco do Triunfo Rui Gaudêncio
  • Uma perspectiva da Avenue des Portugais
    Uma perspectiva da Avenue des Portugais Rui Gaudêncio
  • Comme à Lisbonne
    Comme à Lisbonne Rui Gaudêncio
  • Capa do livro que serviu de guia a esta viagem
    Capa do livro que serviu de guia a esta viagem Rui Gaudêncio

Continuação: página 5 de 10

Há muito Portugal pelas ruas de Paris

Busto de Eça de Queirós
Neuilly sur-Seine - 202, Av. Charles De Gaulle

Fica fora do “periférico” de Paris, mas é uma referência obrigatória nas marcas portuguesas na cidade. O busto de Eça de Queirós de autoria de António Teixeira Lopes foi colocado na Av. Charles De Gaulle, no enfiamento da via que liga os Champs-Élysés a La Défense. Foi uma iniciativa da Câmara de Lisboa, que aproveitou um estudo que o escultor gaiense tinha realizado em 1903, o ano em que foi inaugurado na capital portuguesa o monumento dedicado ao autor de Os Maias.

Com a legenda “Eça de Queiroz. Escritor e diplomata, 1845-1900”, e uma placa lateral a explicar que “Eça de Queiroz foi cônsul de Portugal em Paris e morreu em Neully-sur-Seine a 16 de Agosto de 1900”, a escultura está rodeada por um canteiro de flores na placa central da avenida, junto à saída da estação de metro Pont-de-Neuilly. A escolha do lugar segue a biografia do primeiro cônsul português em Paris (1888-94), que aqui viveu com a família e estabeleceu marcantes relações diplomáticas, e também literárias, nomeadamente com figuras como Paul Verlaine e Émile Zola. Foi também nesta cidade que Eça escreveu A Cidade e as Serras, o seu último romance, que na edição francesa tem o curioso título 202, Champs-Élysés. Michel Chandeigne nota que este número de polícia que identifica a habitação de Jacinto em Paris corresponderia ao sítio do… Arco do Triunfo.

Artes e Letras

L’homme au verre de vin - atribuído a Nuno Gonçalves
Museu do Louvre – Ala Richelieu (1.º Bairro)

“numa sala do louvre dedicada à/ pintura espanhola há um quadro/ atribuído à escola portuguesa/ de quatrocentos. é o/ homem do copo de vinho, ou, dir-se-ia,/ do copo de solidão; e é possível/ que seja flamengo e triste (…)”.

Começa assim o poema que Vasco Graça Moura dedica ao quadro L’homme au verre de vin (c. 1460), da colecção do Museu do Louvre, e que alguns investigadores atribuem a Nuno Gonçalves. A confirmar-se essa autoria — que o Louvre mantém em dúvida —, esta seria a única pintura portuguesa no espólio do grande museu parisiense, que a adquiriu em 1906. A defesa da atribuição da obra ao autor dos Painéis de São Vicente foi principalmente feita pelo investigador Salomon Reinach em 1910, que viu neste “homem do copo de vinho” analogias estilísticas com o tríptico do Museu Nacional de Arte Antiga.

Em contrapartida, há arte portuguesa visível no Centro Pompidou, que inclui uma pintura de Amadeo de Souza-Cardozo, Les Cavaliers (1913), na exposição Modernités plurielles de 1905 à 1970 (patente até 15 de Janeiro). A obra de Amadeo está na sala dos Futurismos internacionais, e nela é sublinhado o “cromatismo aberto fundado sobre as cores vermelho, violeta, amarelo, próximo das pinturas órficas de Sonia Delaunay e do pontilhismo”. A exposição mostra também a capa da revista Portugal Futurista (1917).

Casa-Atelier Vieira da Silva
34, Rue de l’Abbé-Carton (14.º Bairro)

Galeria Jeanne Bucher
53, Rue de Seine (6.º Bairro)

É uma placa discreta, com a seguinte inscrição: “Ateliers de Maria Helena Vieira da Silva et Arpad Szenes, de 1956 a 1992”. Desde Novembro de 2013, assinala a casa, no número 34 da Rua l’Abbé-Carton, onde a pintora portuguesa (1908-1992) e o seu companheiro húngaro moraram e trabalharam nas últimas décadas das suas vidas. A casa — explica Agnès Pellerin em Les Portugais à Paris — foi projectada para o casal pelo arquitecto seu amigo G. Johannet. Vieira da Silva mudou-se para lá em 1956, mantendo-se fiel ao 14.º Bairro, onde sempre habitou desde que chegou a Paris no final dos anos 1920.

--%>