Escolher uma casa de fado depende de muitos factores. Desde logo, da carteira. As casas de topo poderão subir aos 50 ou 60 euros por pessoa e mais além. Quanto mais desejar uma noite de fados recheada de grandes vozes e gastronomia a preceito mais pagará (conte com pelo menos 50€/pessoa, que os pratos e outros itens da ementa têm quase sempre um preço elevado) - é o destino... Mas há também opções genuínas de outros fados, que podem fazer o gosto à verve fadista e não pesar tanto no orçamento. E, sublinhe-se, pelas capelas do fado amador, não faltam vibração, criatividade e grandes fadistas. É preciso é ter sorte, que cada noite é uma noite... Duas boas dicas: reserve sempre (se a casa estiver cheia, não é como noutros restaurantes em que se pode esperar um pouco por mesa, quem vem jantar e aos fados fica uma noite quase inteira); se quer ouvir determinado artista, confirme sempre a noite em que actua (pode haver alterações de programa, por um artista ter espectáculo noutro local ou, por qualquer motivo, ser substituído nessa noite).
Mesa de Frades
É, literalmente, uma capelinha do fado: fica numa pequena capela de um velho palácio de Alfama. E tornou-se um local de culto dos admiradores do novo velho fado, de vozes e guitarras extraordinárias. "Um caos organizado" resume o mentor da Mesa, o guitarrista Pedro Castro (+).
Clube de Fado
Nasceu na década de 90 e marcou uma mudança, graças ao seu mentor, o guitarrista Mário Pacheco, que promete continuar sob um mote aparentemente simples: "aqui, canta-se o fado" (+)
Casa de Linhares (Bacalhau de Molho)
Com uma nota de realeza, a Casa de Linhares vive o seu fado nas fundações de um edifício que chegou a albergar Camões. Já foi outra afamada residência fadista, o Bacalhau de Molho, e actualmente dedica-se a oferecer um elenco prestigiado em ambiente e gastronomia nobres (+)
Parreirinha de Alfama
Casa lendária, a Parreirinha de Alfama é um museu vivo do fado, marcado pela figura imponente de Argentina Santos, fadista de canto sagrado que governa a casa há mais de meio século. Aqui, a noite passa-se na semipenumbra de fadistas clássicos e com uma cozinha portuguesa afamada. Toda uma "vida vivida", como reza o fado (+)
Sr. Vinho
Tem a fama e o proveito de ter os elencos mais consistentes e uma gastronomia portuguesa aplicada. O Sr. Vinho, venerada casa de Maria da Fé em Lisboa, soma mais de três décadas. E a fadista não faz por menos: "sempre com um elenco grande, com grandes nomes" (+).
Café Luso
No Bairro Alto, o ex-líbris incontornável, o Café Luso. Uma história de décadas, marcada por Amália e os grandes nomes, ajuda ao cenário palaciano deste café fadista, visita obrigatória para qualquer turista. Agora, oferece uma cozinha lusa "mas com inovação" e continua a propor um elenco fadista de respeito (+)
O Faia
A casa do Bairro Alto fundada pela lendária Lucília do Carmo, fadista maior e mãe de Carlos, prossegue, mais de meio século depois, a sua sina, agora marcada pelas visitas dos turistas e pelo espectáculo de Lenita Gentil (+)
Tasca do Chico
A Tasca do Chico começou por conquistar o Bairro Alto alfacinha com as suas noites de fado "vadio", célebres até além-fronteiras. E, depois de década e meia a seduzir a juventude no bairro, abriu um clone no reino fadista de Alfama. Em ambas as casas, um espírito informal e um rodopio de vozes e gentes (+)
Povo
Acabou de abrir. Cinco anos depois e a dois passos da sua "caixa de música", os mentores do MusicBox apresentam novo espaço agora no formato tasca/bar. Lisboeta de alma e ao sabor do improviso, o Povo quer ser espaço de conversa e laboratório de fado enquanto serve petiscos tradicionais (+).
Tasca do Jaime Nunes
Na Graça de Lisboa, há uma pequena tasca que se tornou um ex-líbris fadista todos os sábados e domingos à tarde. Sucedem-se as vozes, os pastéis de bacalhau, as cordas das guitarras a acompanharem os carris do eléctrico, um vai-e-vem de gente e turistas. Na Tasca do Jaime, o fado extravasa para a rua (+)
Mal Cozinhado
Paredes com seis séculos, casa de fado com quatro décadas. É uma das mais emblemáticas da Invicta, já recebeu grandes nomes e continua com uma programação intensa, servida por um elenco de quatro elementos (+)
Adega Rio Douro
A casa da Dona Piedade já leva mais de três décadas de tardes de fado e petiscos. Num terça à tarde, fomos ouvir o "fado vadio" e as guitarras à Adega do Rio Douro. Cantam os amantes do fado, canta a dona, canta a cozinheira. É "uma família" (+)
Janelas do Fado
Abriu há três anos e é representante de uma espécie de nova geração de casas de fado. A Janelas do Fado esconde-se nas traseiras do edifício dos Bombeiros Voluntários de Leixões, em Matosinhos, num espaço moderno pintado a vermelho e negro. O fado acontece de quinta a domingo e são dez os músicos da casa - mas os amadores também têm espaço para se mostrarem (+)
à Capella
Por Coimbra, na antiga capela da Nossa Senhora da Vitória, do século XIV, o interior foi totalmente recuperado e as orações passaram a ser cantadas em fado. É hora de fado, de capa e batina, no àCapella (+)
Diligência
Uma casa informal, com muita história e onde se come e petisca. E, acima de tudo, se canta, de tudo, incluindo fado, seja de Coimbra ou de Lisboa, até que a voz doa. No Diligência Bar, em Coimbra, "cada noite é uma noite", que "as noites nunca se repetem" (+)