Rodeamos o enorme lago em busca de pássaros que tornam este um paraíso do birdwatching — há grupo no lago, precisamente de aficionados de aves, mas mal damos por eles, tal a dimensão do lugar. Tentamos a pesca de piranhas e apenas duas são apanhadas (e logo devolvidas) pelo nosso grupo — são pequenas e longe da imagem dos animais ferozes que esperávamos encontrar na Amazônia. E, quando a escuridão já está instalada (quase como se um pano a cair repentinamente sobre nós) e nós estamos a voltar à margem, Marlene detecta um caimão escondido sob raízes mergulhadas na água. Os binóculos são passados e vemos os olhos vermelhos, brilhantes e penetrantes como focos imóveis. Num momento está lá, noutro não está.
Como este lago, que foi formado por eutrofização, o processo natural de fechar uma corrente pela queda de árvores, de folhas que se constituem em solo onde cresce mais vegetação, desviando o leito do rio. Não se sabe se o destino deste lago será acabar, continuando o processo de encerramento, ou se voltará a ser rio. “Não importa”, diz Marlene, “outro lago aparecerá noutro local” — a própria Posada Amazonas, num cotovelo entre dois rios, “provavelmente será lago em breve”. É que o rio e a floresta são cíclicos: “Dizem que a cada 400 anos volta ao sítio onde esteve.”
Guia prático
Como ir
A Fugas viajou com a Air France (ida) e KLM (volta). Os voos partem de Lisboa e fazem escala em Paris e Amesterdão, respectivamente. Os preços, em ambas as companhias, começam à volta dos 900€ (ida e volta).
Onde ficar
Ficámos alojados no Country Club Lima Hotel, monumento nacional peruano. No bairro de San Isidro, um dos mais elegantes da capital peruana, foi construído em 1927 em estilo neocolonial, tem 83 quartos e interior museológico — peças emprestadas pelo Museu Pedro de Osma. Preços desde 200€ (quarto duplo).
A Fugas viajou a convite do Ministerio de Comercio Exterior y Turismo do Peru e da Embaixada do Peru em Portugal