Fugas - Viagens

  • Ilhéu Bom Bom
    Ilhéu Bom Bom Miguel Madeira
  • Ilhéu Bom Bom
    Ilhéu Bom Bom Miguel Madeira
  • Ilhéu Bom Bom
    Ilhéu Bom Bom Miguel Madeira
  • Ilhéu Bom Bom
    Ilhéu Bom Bom Miguel Madeira
  • Ilha de São Tomé
    Ilha de São Tomé Miguel Madeira
  • Ilha do Príncipe, Praia do Abade
    Ilha do Príncipe, Praia do Abade Miguel Madeira
  • Ilha de São Tomé
    Ilha de São Tomé Miguel Madeira
  • Ilha de São Tomé, Roça São João
    Ilha de São Tomé, Roça São João Miguel Madeira
  • Ilha de São Tomé, Roça Água Izé
    Ilha de São Tomé, Roça Água Izé Miguel Madeira
  • Ilha de São Tomé, Roça Água Izé
    Ilha de São Tomé, Roça Água Izé Miguel Madeira
  • Ilha de São Tomé, Roça Água Izé
    Ilha de São Tomé, Roça Água Izé Miguel Madeira
  • Ilha de São Tomé
    Ilha de São Tomé Miguel Madeira
  • Ilha de São Tomé, Jardim Botânico do Bom Sucesso
    Ilha de São Tomé, Jardim Botânico do Bom Sucesso Miguel Madeira
  • Ilha de São Tomé, Clube Santana
    Ilha de São Tomé, Clube Santana Miguel Madeira
  • Ilha de São Tomé
    Ilha de São Tomé Miguel Madeira
  • Ilha de São Tomé, Roça Água Izé
    Ilha de São Tomé, Roça Água Izé Miguel Madeira
  • Ilha de São Tomé
    Ilha de São Tomé Miguel Madeira
  • Ilha do Príncipe, Praia do Abade
    Ilha do Príncipe, Praia do Abade Miguel Madeira
  • Ilha do Príncipe, Praia do Abade
    Ilha do Príncipe, Praia do Abade Miguel Madeira
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    Ilha de São Tomé Miguel Madeira
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    Ilha de São Tomé Miguel Madeira
  • Ilhéu de Santana
    Ilhéu de Santana Miguel Madeira

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São Tomé e Príncipe no espírito certo: 'devagar-devagar'

A HBD explora o hotel resort Bom Bom, na ponta norte da ilha. O hotel fica dentro da floresta tropical e é por isso que de noite, no telhado de um dos seus 19 bungalows, se podem ouvir macacos a passear. Tem duas praias desertas que se juntam no ilhéu onde fica o restaurante — é o ilhéu Bom Bom, que deu o nome ao resort, ligado à praia por uma ponte de madeira de 140 metros

A HBD tem muitos planos para o Príncipe, pelo menos mais dois hotéis de luxo, as obras para aumentar a pista do aeroporto e permitir que ali aterrem aviões de 60 lugares. Sempre “com um impacto mínimo no ecossistema”, garante o novo presidente do conselho de administração da empresa, o ex-oficial britânico Buster Howes. A empresa emprega biólogos, antropólogos e botânicos e promove projectos de reciclagem, e o Bom Bom foi o primeiro hotel em África certificado como Biosphere Responsible Tourism.

Quando se chega ao Bom Bom é difícil ter vontade de sair. Chove, mas mergulha-se em água morna. Para um lado é mar a perder de vista, para o outro a floresta mágica. Mas para conhecer o Príncipe é preciso resistir à preguiça e percorrer estradas duras que conduzem a comunidades quase isoladas na montanha, aldeias de pescadores e a capital, Santo António, onde vivem uns 1500 dos quase 8000 habitantes da ilha.

A comunidade da Praia Abade foi-nos sugerida como a mais simpática de toda a ilha e é fácil acreditar que assim seja. Lina, 34 anos e cinco filhos, e a amiga e vizinha Aldina, 26 anos, começam por meter conversa e acabam a pedir que lhes tiremos uma fotografia: “Assim, quando voltares consegues reconhecer-nos”. Dezenas de crianças brincam entre o mar e a areia, encostando-se às pirogas para comer uma fruta ou correndo de um lado para o outro. Chega um barco e traz um peixe-voador, presença frequente mas que não deixa de motivar um entusiasmo extra.

Lina já foi a São Tomé. “Se eu tivesse condições preferia viver lá. Tem mais coisas”, diz. Aldina nasceu no Gabão, filha de mãe nascida aqui mesmo, na Praia Abade, Ricardina, que morreu aos 47 anos, e de pai gabonês. Foi para São Tomé quando os pais se separaram e de lá veio para o Príncipe há pouco mais de um ano. “Em São Tomé, quem não tem terra, não tem de onde tirar. Aqui, já consigo ter de onde tirar. Já fiz casa, com uma sala e um quarto”, conta. Em São Tomé, o marido era pedreiro. “Aqui não há obras, mas ele habituou-se. Pesca, faz um bocado de carvão, faz candeeiros. Até grelha peixe, tem jeito. Faz de tudo um bocado.”

“Aqui, graças a Deus, todos são bem simpáticos. Todos os que vêm são bem recebidos. Criámos amizades e conseguimos encontrar um sítio para construir a nossa casa”, diz Aldina, sempre a sorrir. A “vida é boa”, mas ainda não deu para trazer os dois filhos que deixou em São Tomé com uma irmã. Para já, com ela só está Guerson, de ano e meio. “As crianças são felizes aqui. Andam pelo mato inteiro, são livres. E isto aqui é muito bonito.” É mesmo.

Anoitecer perfeito

Chegamos a Santo António já é noite. Na Tenda do Betinho, a dois quarteirões da praça da igreja a que os jovens chamam Ponto de Encontro, monta-se uma festa em menos de nada. Enquanto se espera pelas colunas que alguém vai buscar, joga-se matraquilhos e bebe-se Rosema, a cerveja nacional (20 mil dobras), que se vende em garrafas de vidro castanho sem rótulo, ou uma Super Bock (25 mil). Depois, o café transforma-se numa discoteca improvisada onde só não entra quem não quer. Os sons são os mesmos que põem os jovens de todo o país a dançar (63% da população tem menos de 24 anos), kizombas românticas de artistas angolanos ou moçambicanos.

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