Fugas - Viagens

  • Lisboa, Fronteira
    Lisboa, Fronteira Daniel Rocha
  • Porto, Serralves
    Porto, Serralves Paulo Pimenta
  • Porto, Serralves
    Porto, Serralves Paulo Pimenta
  • Sintra, Regaleira
    Sintra, Regaleira Enric Vives-Rubio
  • Sintra, Regaleira
    Sintra, Regaleira Enric Vives-Rubio
  • Sintra, Montserrate
    Sintra, Montserrate Enric Vives-Rubio
  • Sintra, Montserrate
    Sintra, Montserrate Enric Vives-Rubio
  • Lisboa, Gulbenkian
    Lisboa, Gulbenkian Daniel Rocha
  • Lisboa, Gulbenkian
    Lisboa, Gulbenkian Daniel Rocha
  • São Miguel, Terra Nostra, jardim e piscina termal
    São Miguel, Terra Nostra, jardim e piscina termal João Silva
  • São Miguel, Terra Nostra
    São Miguel, Terra Nostra DR
  • Madeira, Jardins da Quinta do Palheiro
    Madeira, Jardins da Quinta do Palheiro DR
  • Mosteiro de Tibães
    Mosteiro de Tibães Adriano Miranda
  • Quinta da Aveleda
    Quinta da Aveleda Nelson Garrido
  • Quinta da Aveleda
    Quinta da Aveleda Nelson Garrido
  • Parque das Pedras Salgadas
    Parque das Pedras Salgadas DR
  • Parque das Pedras Salgadas
    Parque das Pedras Salgadas DR
  • Enric Vives-Rubio

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Jardins de Portugal, as mais belas paisagens verdes

No patamar superior, à esquerda do palácio, refrescamo-nos à sombra das frondosas magnólias, estrelícias, jacarandás e a enorme araucária do Jardim de Vénus. A estátua da deusa grega, acompanhada por um golfinho e tartarugas, simboliza o feminino, por oposição ao ambiente másculo do jardim de baixo.

Num dos cantos, ao fundo de um pequeno lago em forma de S, encontramos a jóia do jardim: a Casa de Fresco, uma gruta romântica revestida de um embrechado de conchas, búzios, pedras, cacos de vidros e de loiça — entre eles porcelana do serviço Ming. Reza a lenda que após a inauguração da casa, para a qual foi convidado o rei D. Pedro, se cumpriu o hábito de lançar a loiça à parede depois de a realeza a estrear.

Nesta quinta de recreio, classificada em 1982 como Monumento Nacional, os visitantes — sobretudo turistas, quase todos estrangeiros, e muitos estudantes — podem demorar-se a ler um livro, a conversar nos bancos de pedra ou até a dormitar ao sol e a ouvir os pássaros. Francisco dos Santos resume bem o espírito do jardim: “É um lugar de liberdade”.
(Marisa Soares)

Rua São Domingos de Benfica, 1, Lisboa. Tel.: 217782023 (ligar para visitas de grupo com mais de 10 pessoas). Visitas de segunda a sábado: 7 euros para o jardim e o palácio (com guia), 3 euros só o jardim. De Junho a Setembro: às 10h30; às 11h00; às 11h30 e às 12h00; Outubro a Maio: às 11h00 e às 12h00.

Como ir: O autocarro 770 da Carris pára à porta. A estação de metro mais próxima é a do Jardim Zoológico, que fica a um quilómetro, e é preciso atravessar a ponte pedonal sobre a linha ferroviária e a Radial de Benfica.

Quinta da Regaleira: Preparado para morrer e renascer?

Fetos arbóreos, carvalhos, castanheiros, camélias. Não faltam tons de verde ao cenário misterioso da Quinta da Regaleira, em Sintra. No entanto, mais do que a paisagem natural, o que prende o olhar dos visitantes são os vários recantos simbólicos, criados pelo arquitecto Luigi Manini a pedido de Carvalho Monteiro. É um jardim conceptual. O tema é a iniciação, explica o guia Rui Felizardo.

É uma obra “excêntrica” de Carvalho Monteiro, que comprou a quinta — hoje propriedade da Câmara Municipal de Sintra, gerida pela Fundação Cultursintra — em 1893 e a transformou. Apesar de ter como tema a iniciação, Felizardo garante que é redutora a ligação exclusiva que se faz sempre entre o espaço e a Maçonaria.

“Não tem que ver com nenhuma religião ou sociedade secreta em concreto, mas com todas. Há a tendência para se dizer que Regaleira é igual a Maçonaria, mas o baptismo também é um ritual iniciático. Claro que também terá uma interpretação maçónica. A maçonaria é um repositório de várias tradições ”, ressalva o guia, frisando que não se sabe ao certo se o proprietário foi ou não membro da organização. A orientação de vários locais emblemáticos da quinta será, aliás, segundo diz, um dos “poucos símbolos exclusivamente maçónicos” da Regaleira: “Vários sítios estão virados a Oriente.”

Mas tudo naquele espaço é “uma interpretação”, vai explicando Rui Felizardo: “Ninguém falou com o proprietário, o único documento que deixou foi a quinta.” Do que se sabe sobre Carvalho Monteiro, destaca-se não só a fortuna que tinha, como o facto de ter sido monárquico, conhecedor profundo d’ Os Lusíadas, obra que saberia de cor, para além de ter grandes colecções de livros, borboletas, conchas e relógios.

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