A voar no I Festival de Balões de Ar Quente da Ribeira Grande, São Miguel.
“Briefing!”. O grito, a plenos pulmões, de Aníbal Soares faz com que os pilotos se reúnam rapidamente à sua volta. O director-técnico do festival apresenta condições atmosféricas, antes de decidir se pode haver voo. Dois balões comuns são lançados nos céus para testar o comportamento dos ventos. Estes são os primeiros passos de um ritual que é preciso fazer cumprir antes de cada largada.
O rito continua. Há que estender o envelope (o balão propriamente dito), insuflá-lo com ar frio, com a ajuda de uma grande ventoinha, depois com ar quente emanado dos potentes queimadores no topo do cesto do balão. Só agora os 15 balões que participaram, no primeiro fim-de-semana de Julho, no I Festival de Balões de Ar Quente da Ribeira Grande, nos Açores, estão prontos para subir aos céus.
Sabemos que o trabalho braçal valeu a pena muito pouco tempo depois. Assim que o balão começa a ganhar altitude, a orla Norte de S. Miguel apresenta-se cada vez mais recortada, entre a encosta escarpada e o azul profundo do Atlântico. Do lado oposto, está riscado no chão da ilha o verde de várias tonalidades. E o céu enche-se a cada minuto de outros pontos coloridos, movendo-se a baixa velocidade, para o sítio onde o vento os levar.
(Samuel Silva)